domingo, 30 de maio de 2010

A Teoria dos Jogos e o Clean Sport

E o vento mudou de direção...

Quem já foi moleque sabe que o modismo acontece por acaso e de repente está todo
mundo empinando pipa, jogando peão, batendo figurinha ou brincado de bola de
gude. O que determina quando é temporada disso ou daquilo? Certamente o acaso ou
o senso comum.

Talvez essa palavra mágica mova de maneira imperceptível o mundo. Somos fantoches
conduzidos pelos cordames invisíveis do acaso. No entanto - cartesianamente falando
ou contemporaneamente situado na Teoria dos Jogos - o acaso é uma malha de idas e
vindas decorrente de situações racionais em que o resultado depende não só da
estratégia própria e das condições do momento, mas também das estratégias
escolhidas por terceiros que possivelmente têm percepções diferentes ou objetivos
comuns. Ou seja, agora é a hora de empinar pipa porque todos, sem uma razão
específica, resolveram soltar pipas. E pronto!!!

O Clean Sport é mais ou menos isso. A FEI, provavelmente motivada pela perda de
visibilidade econômica do esporte, percebeu que o vento começava a mudar de
direção e como player importante desse cenário, resolveu agir proativamente nas
Olimpíadas de Pequim, Final da WC em Genebra e a ampla regulamentação e
implantação do Clean Sport.

Será que é mais um modismo ou veio para ficar? Certamente, assim como tudo na
humanidade, é pendular. Oscila de uma extremo a outro, mas decididamente buscará
um novo ponto de equilíbrio muito mais próximo dos ideais que norteiam os atuais
princípios do Clean Sport.

A FEI nada mais fez do que verbalizar e crisitalizar os anseios mudos que ecoavam pela
comunidade hípica mundial. Estamos em um novo tempo e, queiram ou não, veio para
ficar.

Recentemente o Por Fora das Pistas fechou a enquete “Quais são as próximas ações
que a CBH deveria adotar para uma implementação mais ampla do Clean Sport?” e a
opção mais votada foi a da TOLERÂNCIA ZERO – “tolerância ZERO para todos os itens
do regulamento, independente da natureza do delito, objetivando coibir o delito
maior”, com 29.7% dos votos.

Espero que a CBH consiga ler as entrelinhas dessa votação e faça valer os anseios da
maioria dos integrantes do meio hípico nacional.